Artista Plástico EDUARDO VALE 

Do Design à Textura do Tempo na Tela

A arte sempre foi o idioma nativo de Eduardo Vale. Impulsionado desde cedo pela influência do pai, ele transformou o fascínio por formas e cores em vocação, mergulhando no universo profissional aos 16 anos, logo após se formar na Escola Técnica de Artes.

A Forja da Linguagem Visual

O jovem Eduardo rapidamente se destacou no mercado, criando layouts e animações, expondo em salões e realizando mostras individuais. Sua curiosidade incessante por experimentação o levou a colaborar com a icônica Produtora Quilombo, onde sua arte ganhou trilha sonora: criando capas de discos para lendas como Milton Nascimento. Essa vivência cimentou a crença de que a arte é multisensorial, indo muito além do visual.

Em busca de amadurecimento artístico, encontrou na Itália um novo lar. Atuando em grandes editoras e estúdios de design, ele aprimorou sua linguagem, adicionando novas técnicas e perspectivas à sua paleta.

O Chamado do Empreendedorismo e o Domínio Técnico

De volta ao Brasil, Eduardo abraçou o empreendedorismo. Cofundou a LIVRE Propaganda e, em seguida, a EP Propaganda. Dirigir a criação para grandes marcas e dar vida a animações consolidou um domínio técnico impressionante. Apesar do foco no mundo corporativo, ele continuou ativamente a expor suas obras em mostras individuais, mantendo acesa a chama da pintura. No entanto, o sucesso comercial era apenas uma etapa de uma busca mais profunda.

A Virada para a Pintura: O Diálogo com a Matéria

Hoje, Eduardo Vale dedica-se integralmente à pintura. É no silêncio do ateliê que ele encontra sua verdadeira voz, travando um diálogo direto com a tela, a tinta e a matéria.

Sua obra atual é marcada por abstrações táteis que convidam ao toque. São explorações sensoriais do tempo, da memória e das camadas que nos constituem. O pincel, que antes desenhava layouts digitais, agora constrói texturas profundas que narram uma jornada.

Quando arquitetos, colecionadores ou amantes do design escolhem uma de suas peças, eles não levam apenas um quadro. Levam a materialização de uma vida de busca pela beleza — um fragmento palpável da incessante passagem do tempo.